quarta-feira, 1 de julho de 2009

Reviravolta no caso do Morro do Boi

A Secretaria de Segurança adimitiu nessa terça-feira que teria se enganado ao prender Juarez Ferreira Pinto pelo crime que vitimizou o companheiro(*) Osiris Del Corso fatalmente e sua namorada, companheira Munique.

Tal declaraçãou foi motivada pelo surgimento de outro suspeito, Paulo Delci Unfried, preso por outro crime e que teria confessado o crime contra os companheiros na cadeia. Exame de balística confirmou que a bala que matou Osíris saiu da arma encontrada com Paulo.

A pergunta que se faz é: "A polícia errou?"

Não, a polícia não errou. A polícia não prendeu, processou, julgou e condenou Juarez. A polícia forneceu ao Judiciário a prova da materialidade do delito e indícios suficientes de autoria, que levavam a Juarez, mas quem o condenou não foi a polícia, não foi o delegado, quem o condenou fui eu, você, a mídia... E se Juarez já tivesse sido julgado? Homicídio, logo, Tribunal do Júri, o famoso júri popular. Isso mesmo, estaria preso por um crime que não cometeu. E por que? Porque nenhum jurado está ileso da notícia veiculada na TV. 

O mesmo eu digo em relação ao casal Nardoni. E se, realmente, não forem os culpados? Não interessa, assim como Juarez, eles já foram condenados por algo chamado "Opinião Pública". Nessas condições, nenhum jurado seria imparcial, todos, inclusive juízes togados, já tem a opinião formada de quem é culpado por crimes de repercussão nacional.

A polícia forneceu Juarez como culpado. Sim, um inquérito policial não respeita contraditório e ampla defesa (o acusado deve manifestar sobre todos os atos do processo), o inquérito apenas deve achar um culpado. Não estou eximindo a polícia de toda a culpa, ela forneceu Juarez como culpado, porém ele teria como se defender perante o tribunal, onde ele poderia invocar todas as matérias de defesa. Mas ele não pode se defender do juízo que a mídia fez. Ele foi condenado assim que exposto como suspeito. Eu tinha certeza de sua culpa, você tinha essa certeza, as notícias veiculadas nos forneciam material suficiente para condená-lo. E agora? com que cara ficamos? Vamos, um a um, à presença de Juarez nos desculpar-mos? e os dias que ele passou preso? Não, ele não é um santinho, mas não é o culpado por esse crime.

E depois me vem 3 ou 4 (na verdade 7) "doutores da lei" me dizer que jornalistas não precisam ser responsábilizados de forma diferente pelos seus atos? ESTOU ME REFERINDO À REVOGAÇÃO DA LEI DE IMPRENSA, já que um diploma não vai enfiar ética e responsábilidade guela abaixo de quem escreve uma notícia.

(*)Osíris era rotaractiano, membros da Família Rotária - leia-se Rotary, Rotaract, Interact, Rotakids - chamam-se de companheiros. Ele era presidente do Rotaract Club Avenida das Torres, em Curitiba - PR, distrito 4730. Munique, era vice-presidente do mesmo club, com a falta do namorado, passa a ocupar o cargo dele. Eu tive a oportunidade de conhecê-la, e como dizem por aí, a coisa só deixa de ser um número a mais quando ela te toca, quando pega quem está perto de você.

2 comentários:

Nachali disse...

Interessante Tau... mas mesmo assim... eu ainda acho que ainda tem muita história pra rolar.

Tipo, o Unfried não parece com o retrato falado, e ele é contraditório. O Juarez sempre negou, e não temos provas materiais para condená-lo.

Fica a dúvida! O que pesa mais, uma confissão de um cara perturbado (ele tentou se matar na cela), ou o depoimento da vítima? Mesmo tendo a arma... em 4 meses uma arma ilegal pode passar por muitos lugares.

Eu sinceramente não tenho a mínima ideia

Tauana M. Colombo disse...

é um caso bem complicado Ná...
exatamente por isso, a mídia deve ser cuidadosa, tem muita agua pra rolar ainda!