sábado, 16 de maio de 2020

Faz dias que quero escrever. Algo aqui dentro anda inconodando... encontrei esse texto, achei perfeito... foi onde tudo se perdeu:

Entrei no ônibus decidido a a terminar tudo! Já fazia um tempo que a gente só brigava, que não falávamos a mesma língua, e tudo era motivo para chateação e distância, e vi com meus olhos, que finalmente era hora do fim.

Até que uma senhora senta do meu lado, com uma caixinhas doces caseiros, olha para mim e diz:”foi o meu marido que me deu” Ela disse que era casada há 45 anos, que sempre que precisava ir a uma consulta sem ele, ganhava os doces para:”que ele estivesse junto, em um momento amargo”

Ela me perguntou se eu namorava, eu disse que sim(ou ao menos por enquanto) e ela me perguntou se tínhamos momentos amargos, claro que nem me deixou responder, prosseguiu:”E o que vocês fazem com os momentos amargos?” Fiquem sem palavras, afinal os momentos amargos continuavam amargos e era exatamente por isso que eu estava prestes a terminar tudo, até que ela me fez a pergunta que mudou tudo! “E como vocês se conheceram?” Meu... Foi como viajar no tempo, fui lá longe, lembrei de quando eu a conheci, de como eu sonhava que um dia a gente fosse ficar juntos, lembrei dos bons momentos, lembre de o porquê termos começado!!! E enquanto eu falava, ela me interrompeu, era o ponto dela, falando: “você ama muito essa garota, seus olhos brilham enquanto você fala dela...”
Cheguei na casa dela, não a deixei nem me dar boa noite, a coloquei em meu colo, a amei como nunca, ou como sempre sonhei, lá atrás!!! Aprendi que nos momentos amargos é preciso lembrar dos momentos doces, criar novos momentos doces, e todas as vezes em que a gente pensar em terminar, lembrar o porquê um dia... a gente decidiu começar.

Texto: marcos bulhoes

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Ódio, rancor, desespero. A perda

Confesso. Os últimos dias, a pandemia, a brincadeira com o assunto sério,  a troca da gerência no olho do furacão, os números disparando na semana que o novo ministro demorou pra entender o serviço. Foram momentos decisivos. Como se isso não fosse suficiente, a invencibilidade política em meio à pior crise que já assisti. Cheguei a dizer que não era momento pra trocar o presidente, que era pra deixar ele de lado e salvar o país. Mas como? Com uma criança tão competitiva? Ele se acostumou aos holofotes e não consegue viver num mundo onde ele não é notícia, por bem ou por mal. Confesso, hoje eu desejo que ele morra.

Mas esse é só mais uma face da revolta que preenche meu coração. O mundo está do aveço e ninguém reparou. Para o mundo que eu quero descer!

Hoje ao assistir o noticiário, uma entrevistada revoltada com a falta de atendimento ao parente suspeito de covid-19, gritava ao microfone, enquanto chorava, que era um descaso com a população,  que o governo tem que fazer alguma coisa.

Minha primeira reação foi revolta. O parente tá doente porque? Respeitou o isolamento? Usou máscara? Cumpriu todas as recomendações? Ou estava no churrasco, no bar "fechado", passeando,  nas reuniões pra assistir lives?

O que o governo, o estadual, tem feito se não implorado pra você ficar em casa, pra usar máscara,  pra lavar a mão, etc.

Nenhum país do mundo estava preparado pra esse momento! Alguns conseguiram bons resultados, outros aprenderam na dor. Mas essa pandemia foi um soco na boca do estômago de todos os países.

E então, quem poderia fazer, e o que?

O sistema de saúde do Brasil sempre foi falho. Sempre foi lotado, sempre foi "stressado" em condições normais. Agora só piorou.
Mas a única coisa que não se pode falar é descaso. Há falta de profissionais para atender os doentes! Não dá pra deslocar alguns pra manter as famílias informadas, simplesmente porque não dá tempo. Entre avisar um familiar que seu parente está vivo e tentar salvar a vida de um familiar de outra pessoa, a escolha me parece fácil.

A única coisa que não é fácil é a decisão. O que fazer? Pra onde correr?Como atravessar essa crise?

Particularmente, tenho feito meu melhor pra sobreviver dia após outro. Fora isso? Não sei mais.

Não há culpados, mas todos são vítimas. E também não há solução...