segunda-feira, 4 de maio de 2020

Ódio, rancor, desespero. A perda

Confesso. Os últimos dias, a pandemia, a brincadeira com o assunto sério,  a troca da gerência no olho do furacão, os números disparando na semana que o novo ministro demorou pra entender o serviço. Foram momentos decisivos. Como se isso não fosse suficiente, a invencibilidade política em meio à pior crise que já assisti. Cheguei a dizer que não era momento pra trocar o presidente, que era pra deixar ele de lado e salvar o país. Mas como? Com uma criança tão competitiva? Ele se acostumou aos holofotes e não consegue viver num mundo onde ele não é notícia, por bem ou por mal. Confesso, hoje eu desejo que ele morra.

Mas esse é só mais uma face da revolta que preenche meu coração. O mundo está do aveço e ninguém reparou. Para o mundo que eu quero descer!

Hoje ao assistir o noticiário, uma entrevistada revoltada com a falta de atendimento ao parente suspeito de covid-19, gritava ao microfone, enquanto chorava, que era um descaso com a população,  que o governo tem que fazer alguma coisa.

Minha primeira reação foi revolta. O parente tá doente porque? Respeitou o isolamento? Usou máscara? Cumpriu todas as recomendações? Ou estava no churrasco, no bar "fechado", passeando,  nas reuniões pra assistir lives?

O que o governo, o estadual, tem feito se não implorado pra você ficar em casa, pra usar máscara,  pra lavar a mão, etc.

Nenhum país do mundo estava preparado pra esse momento! Alguns conseguiram bons resultados, outros aprenderam na dor. Mas essa pandemia foi um soco na boca do estômago de todos os países.

E então, quem poderia fazer, e o que?

O sistema de saúde do Brasil sempre foi falho. Sempre foi lotado, sempre foi "stressado" em condições normais. Agora só piorou.
Mas a única coisa que não se pode falar é descaso. Há falta de profissionais para atender os doentes! Não dá pra deslocar alguns pra manter as famílias informadas, simplesmente porque não dá tempo. Entre avisar um familiar que seu parente está vivo e tentar salvar a vida de um familiar de outra pessoa, a escolha me parece fácil.

A única coisa que não é fácil é a decisão. O que fazer? Pra onde correr?Como atravessar essa crise?

Particularmente, tenho feito meu melhor pra sobreviver dia após outro. Fora isso? Não sei mais.

Não há culpados, mas todos são vítimas. E também não há solução...

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