sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Expediente de sexta

Amanha é véspera de Natal, hoje é sexta a noite e você está trabalhando, cumprindo horário por assim dizer.
Todos estão fazendo os últimos preparativos pras festas, e você está atoa.
O telefone não toca. Nem o seu, nem o do trabalho. Você se senta na escadaria de acesso pra ver a rua. A noite acaba de cair. Está fresca. Uma brisa suave lhe acaricia a pele. Você permanece ali sentada na escadaria do velho prédio. Alguns carros passam, pessoas voltam do centro com as ultimas compras de natal. Sentada dentro da sua sala não dá pra ver o movimento calmo, quase melancólico da cidade.
A noite está tranquila, diferente da revolução que estoura em seus sentimentos. Pessoas passam em seus carros e nem ao menos notam que existe alguém sentado ali, que aquela instituição pública está aberta para servir à população.
Você respira fundo, ergue a cabeça e olha o céu. As lembranças da noite passada se confundem com uma esperança pra noite de hoje. Nada de especial programado. Nada programado. Só a esperança boba de um convite aceito que você sabe que não vai acontecer. Um dia? Não. Uma noite? Não. Algumas horas, talvez? Tambem não. Uma hora, ou nem isso. Já tive amores que duraram a vida inteira. E amores que nem chegaram a acontecer.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Consultório médico

Salas de espera em consultórios médicos são engraçadas. E todas iguais.
Invariavelmente ela vai estar lotada, vai ter uma criança impaciente e alguma pessoa que você vai odiar assim que o ver entrando pela porta. Em pouco tempo você se pergunta se o paciente anterior largou pregos ou pó de mico no lugar que seu mais novo odiado sentou, o mala fica dançando o tempo todo na cadeira. É hiperativo, o desgraçado. Pega o celular, fica jogando pro alto e pegando, faz uma ligação, fala de modo que todo o consultório perceba que ele tem negócios a tratar. Finalmente desliga. Coça os braços, costas, pernas, continua dançando na cadeira e sua irritação aumenta. Inconscientemente você começa a rezar para que o mala seja chamado logo, assim todos que estão na sala de espera se livram dele. O pobre celular volta a ser jogado rodando pro alto. Ele cai.
Alguém é chamado, e você percebe que não é o mala quem espera por consulta, ele é acompanhante de alguém. Uma mulher, esposa talvez. Pobre coitada. Ele fala sem parar, como se ela se interessasse em quanto o cara pede pela moto 87 dele, muito mais caro que o valor de mercado. Eles passam a clara impressão que só conversam por conversar quando precisam passar o tempo e não tem nada mais interessante por perto. Você começa a espumar de raiva. Olha no relógio, seu auto presente de natal, 1 hora além do horário marcado, e você está no mesmo lugar desde que chegou. E o mala ainda indignado com o valor que o fulano ta pedindo da moto dele. E a pobre esposa tem uma expressão de quem não tá nem um pouco interessara em motos e valores e tudo o que ele fala, e, principalmente, não compartilha da indignação dele. Ela finalmente é chamada pra consulta, você começa a ver uma luz no fim do túnel, mas finalmente ela se levanta, joga a bolsa no colo dele e sai. Você praticamente lê nos olhos dela a felicidade de 5 minutos de sossego.
O formigueiro sob o atleta aumenta e ele agora dança na cadeira sem parar, fazendo com que todas as outras cadeiras, que são grudadas balancem junto. Você quer matá-lo.
O celular dele continua voando, sua mente começa a arquitetar os mais terríveis planos tendo o chato como vitima. Seu rosto desenha um grande sorriso pensando nas crueldades que sua mente é capaz de produzir. Pena que é só ilusão. Uma hora e meia de atraso pra sua consulta, e o que melhor poderia acontecer, finalmente acontece. A esposa do chato sai da consulta e eles vão embora. E você, bem, você pega seu celular e se concentra em qualquer atividade, ou o primeiro joguinho da sua lista, antes que encontre outro chato que prenda sua atenção, afinal, a figura do chato é tão comum em salas de espera quanto o atraso nas consultas medicas.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O medo e a noite

Para aqueles que sofrem com o fim do ano, do semestre ou que passam por algum problema e parece que à luz do luar tudo se torna pior...
Uma passagem que acabei de ler num romance:

Inspire e expire o ar dos pulmões, bem devagarzinho e tente não pensar em mais nada a não ser sua respiração. Sei que está aborrecida e preocupada, e sei também que essas sensações são ainda piores à noite, pois parece que o escuro tem o poder de aumentar nossos temores. É natural e faz sentido, já que a noite é o oposto do dia... O escuro parece aumentar as sombras à nossa volta e também dentro de nós, roubando-nos a energia e tornando nossos pensamentos mais sombrios. Você vai ver que à luz da manhã seus medos e seus problemas terão voltado ao tamanho que realmente possuem.

domingo, 27 de novembro de 2011

Nada preenche o vazio do meu abraço

Hoje é um vazio no meio do meu abraço...
Nada é grande o suficiente, forte o suficiente, nada mais cabe tão bem em meu abraço como você fez, depois de tudo que passamos, depois de tanta aventura, de tanta arte, tanto conforto, depois de mudar minha vida e ser parte de mim, você simplesmente vai embora, deixando o vazio dentro de mim...
A vida é curta para os cachorros, mas eu ainda choro sua falta, minha Laika, nada preenche o vazio que ficou, os meus braços estão bobos sem teu corpo pra abraçar, meu olhar ficou triste depois que não te vejo quando entro em casa...
Podem me chamar de idiota por sofrer tanto por um cachorro, mas você foi como um membro da família.... não poder ter você de volta é com certeza uma das piores dores que eu já senti...
Queria poder sair e gritar "volta pra mim", mas vai ser a mais dolorosa de todas as desobediencias que me fizeste... saudade não é suficiente, não tê-la é uma dor física insuportavel.
Eu quero voltar ao tempo, eu quero a minha cachorra roncando no meu pé, eu quero você de volta, Laika, só isso e mais nada...

sábado, 24 de setembro de 2011

Detalhes

"Detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muito grandes pra esquecer"
Tá, toda a minha geração cresceu ouvindo isso e canta, ou, no minimo, lembra desse trecho ao ouvir a palavra. Mas o tema não é a música em si, mas sim o termo e o que ele significa.
Não sou do tipo detalhista que se apega às mínimas coisas, mas algumas vezes me apego a algumas coisas como um significado especial, ou que, pelo menos pra mim, tenha um significado especial. Um nome, um gesto, uma palavra, um tratamento, uma frase... Já me apeguei a uma pedra. (Essa merece ser contada)
Estava Tauana um dia à beira de uma mina onde seu pai e avô consertavam uma roda d'água. Tauana, moleca travessa, não sei fazendo o que de inutil pisou num formigueiro. As formigas ficaram enraivecidas daquele pé enorme destruir seu árduo trabalho de tanto tempo e declararam guerra! o ataque foi imediato e o inimigo bateu em retirada, levando consigo alguns soldados do atacante. Traduzindo. Sai correndo e meti o pé dentro da mina de água gelada, mas as picadas ainda assim coçavam e doiam. Peguei uma pedra do fundo da mina e fiquei passando na perna e pé. 
A pedra me salvou? não, mas ela foi minha amiga. Se eu usasse as unhas para aquilo, acabaria me machucando, e a pedra era lisa, não o fez. Me apeguei à pedra. Levei pra casa e guardei... Ela ficou anos sobre minha escrivaninha. Minha mãe jogou fora na mudança :(
Tenho determinadas frases que digo apenas a determinadas pessoas, determinados apelidos únicos da pessoa... pequenos detalhes que pra mim fazem toda diferença, porque demonstram o carinho e o sentimentalismo envolvido por tras daquilo que, pra mim, é um significado especial.

(O dever me chama, mas continua.... ou não)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

CV - "Curriculum Vitae?", NÃO, CTRL MESMO!

Sabe quando a gente lê algo que nos toca profundamente? Aquela leitura que acelera o coração?
Meu amigo, Felipe Galdiano agora entrou na onda dos blogs, e postou um texto que me perturbou.
Com os devidos créditos, segue:

"...Estava ali embaixo daquela árvore, olhando aquele rosto calmo, límpido, que carinhosamente esquentava minha mão. Era tarde da noite e os meus pais estavam me esperando voltar. Tentava fazer força para movimentar pelo menos os dedos, mas a silhueta era tão perfeita que não queria estragar o momento nem com um único gesto de carinho. Mas eu mal sabia que era por pouco tempo. O tempo passava em uma velocidade sobre-humana, não imaginava nem os segundos, os minutos ou as horas passando naquele momento. Foi quando levantei daquela cadeira e disse que precisava ir embora. Mesmo ela insistindo para ficar um pouco mais eu sabia que não devia estar ali: precisava voltar para casa afinal. Foi quando quase sem ar para juntar uma frase decente só disse: "Eles nem fazem idéia..."
Com um gesto de dúvida ela não questionou nada. Nada mesmo. Mas percebi que também, assim como eu, tentava formular uma frase com aqueles lábios quase secos de tanto gostar de uma boa conversa. Me sentia bem perto dela, isso que me importava. Mas há coisas que devemos não afirmar para o universo sem ter antes uma realidade, uma certeza. Coisas que você gostaria muito de dizer ou gritar mas que não conseguimos soltar. Se fosse amor mesmo eu não teria ido lá para dizer aquilo para ela. Não, não era amor de verdade. Sabia no fundo que ela gostaria que eu ficasse ali antes de partir para uma nova cidade, uma nova vida. Beijei-a uma última vez e disse: "se um dia eu voltar me segure bem firme, nem eles vão poder me impedir. Juro!" ela me abraçou e me deu um longo beijo que me tirou o ar naquele momento...e só sabia que poderia recuperá-lo estando junto dela novamente. Foi quando sai e peguei minha bicicleta; estava voltando para casa."


Quantas vezes o tempo volta para nós ? quantas vezes deixamos um único gesto antes de partir e aquela pessoa não consegue imaginar o tamanho ou magnitude daquele significado ? Quantas vezes ? Você acaba com um momento para finalizar uma conversa ou para fugir dela ?

Tantas perguntas mas quantas delas valem aquele momento ali com a pessoa que você gosta ? Cortar uma conversa, um laço, um toque e um simples café da tarde. Palavras soltas que ficam na nossa imaginação e não conseguimos dizer por medo, por insegurança...por idiotices ? ou por razões talvez.

O final da história acima quem dita somos nós. Quando quer que algo aconteça ela só acontecerá se você permitir. Mas sabe o que eu acho ? Acho que no final aquele casal se deu muito bem no final. Porque a garota segurou o braço do garoto bem forte quando ele voltou...ou talvez ele nem tenha voltado. Mas ela sabia como chegar até ele. E ele sabia como chegar até ela. Não importa aquele vestígio de texto, quem traça um final de história em nossa vida somos nós. A noite está aí. Que tal sair um pouco ? ;)
"

Felipe Galdiano
http://oardacidade.blogspot.com/

Sinta o momento da primeira parte, a sensibilidade de cada descrição!
Saudações

domingo, 28 de agosto de 2011

"Eu ando no escuro que é pro sol brilhar mais forte quando surgir"

Essa música tem umas sacadas, umas frases que me deixam sem resposa...

Penny - Visconde

Eu tentei
De todo jeito, o mês inteiro, eu te mandei sinais
Eu falei
A tua lingua, a minha língua, e outras línguas mais
Eu sei
O mundo não é perfeito

Aprendi
Com esses sonhos sem sentido nem explicação
Que a minha vida
Não passa do roteiro sem a tua direção
E eu sei,
Ainda nem te conheço

My everything is broken, it's all done
(Meu tudo é quebrado, tudo é feito)
And there's no air around to fill my lungs
(E não há ar em volta para encher meus pulmões)
This song is all I have to give
(Esta canção é tudo que eu tenho para dar)
This song is all I have to give

And I don't know the things that you've been through
(E eu não sei as coisas que você passou)
But miles away I am thinking of you
(Mas milhas de distância Eu estou pensando em você)
This song is all I have to give
(Esta canção é tudo que eu tenho para dar)
This life is all we have to live
(Esta vida é tudo o que temos para viver)

Oh, penny

Às vezes sinto que o meu lugar não é aqui
Eu ando no escuro que é pro sol brilhar mais forte quando surgir
Oh, penny
Sou essa alma inacabada a construir
Pois eu nasci sem muros, mas só o som da sua voz pode me destruir
Oh, penny


O amor é incondicional até conhecer
O que o outro esconde no porão da sua alma, que é pra ninguém ver

Oh, penny
Mas acredite quando eu digo: seja feliz


Você nasceu pra ser espinho, e eu cicatriz.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

" Vê se não fica assustado quando eu digo que eu nunca fui daqueles que fazem sentido"

As noites mais vazias são as que mais me trazem surpresas. Numa dessas conheci os trabalhos extras do Lucas Silveira.
Pra quem aprecia a boa composição, uma boa poesia musicada de sentimentos que falam por ti, Beeshop e Visconde são boas pedidas.

6h34

"Nem liga, guria
se eu já não sei disfarçar
se eu já cansei de esconder
o que era fácil de achar

Nem liga, guria
se nos meus olhos não há (mais)
o brilho de quem vivia
com o coração em paz
Se a gente já soubesse como vai ser a viagem
antes mesmo de comprar nossa passagem
a gente já virava pro outro lado e dormia (tão só)
Se a gente entendesse que há um ciclo no amor
começa com pela cura, mas termina com a dor
a nossa cama pra sempre estaria vazia
Nem liga, guria
se a minha voz acabar
sei que tu já me sacou sem eu precisar falar
Nem liga, guria
não vou poder te atender
tô encontrando em minha vida um canto só pra você

Se a gente já soubesse como vai ser a viagem
não perderia tanto tempo com bobagem
e o meu peito poderia muito bem ser a tua moradia

E finjo que acredito no que dizem sobre o amor
eu finjo que é eterno, mas te peço, por favor
esquece tudo e vem passar comigo essa madrugada tão fria

Vê se não fica assustada quando eu digo
eu nunca fui daqueles que fazem sentido
tô em são paulo, aqui o céu nunca é azul

Eu tô aqui cantando um samba com sotaque do sul
amanheceu, e eu deveria estar dormindo
mas estes versos são palavras explodindo
e, no teu colo, um dia, elas vão cair
e aonde isso vai dar, não cabe a nós decidir."

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Situação: Aprovado



APENAS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES:

A quem torceu, rezou, e esteve ao meu lado nesses tempo: Meu muito obrigado.
A quem acreditou: Essa é nossa.
A quem não acreditava e/ou torceu contra: Toma!
Aos meus pais: Foi por vocês.

Aos demais! Bora festar que logo começa a responsabilidade!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Homenagem à uma grande amiga.

Às vezes, coisas tão pequenas nos trazem lembranças tão grandes e saudades que doem no mais profundo de nossas almas.
No inicio de fevereiro desse ano eu perdi uma grande amiga e companheira, minha cadela Laika. A dor de não tê-la mais comigo um dia vai cicatrizar, mas isso não vai amenizar a saudade. Ela foi o cachorro mais especial que eu já tive, sem dúvida.
Eu sei que descrever ela é descrever toda a raça. Uma comunidade no orkut me fez rir e chorar ao mesmo tempo com a descrição de coisas que eu sei que minha Laika não fará mais.


Comunidade destinada aos amantes da raça BOXER.

Se o seu:

> É seu amigo e companheiro;
> Acha que vc é propriedade dele;
> É tão engraçado que faz vc se mijar de rir;
> Pula tanto que parece um canguru;
> As vezes parece que é retardado;
> Vc o chama e ele vem c/ a cara e a bunda ao msm tempo;
> Praticamente só falta falar;
> É um destruidor de portas, carros, plantas etc;
> É um membro da família;
> Tem cara de "não fui eu, eu juro";
> Só tem a cara de bobo pois é muito inteligente;
> É um guardião nato de sua casa e família;
> Rebola.

Se quando vc chega em casa, e vc o chama, ele vem trombando em tudo, fazendo festa, pula em vc e faz aquela cara de quem não tava fazendo nada.

Esta é sua comunidade.

Não importa a cor. Estes são os melhores cães, os mais carinhosos, os mais divertidos.




O jeito como ela sentava no meu pé, ou me usava de travesseiro. O olhar de "eu juro que não fui eu". A irresponsabilidade de ter subido as escadas e ficado em pé na minha cama pra me acordar no dia em que fez uma delicada cirurgia que exigia repouso absoluto. O olhar de agradecida quando desisti de fazê-la dormir longe de mim naquela semana e montei sua cama ao lado da minha. A forma como ela se deitava ao meu lado quando os desafios da vida pareciam me tirar as forças. O olhar de carinho quando eu a pegava já sem forças e a deitava na minha cama pra passar o dia no quarto comigo. A lembrança de todas essas situações doem demais, mas não mais do que a lembrança do veterinário se afastando com ela.
Embora tenha passado muito tempo me preparando para o momento, eu não consegui, eu não tive coragem de estar com ela até o fim, eu não tive coragem de pedir pra enterrar seu corpo sem vida. Eu fui fraca quando mais precisava ser forte, e essa dor me consome.
Eu não espero que ela me perdoaria por isso, eu sei que ela o faria, da mesma forma que fez todas as vezes que lhe chamei a atenção.


Eu não espero que essa dor passe, isso seria assumir a desistência. Eu só espero poder pensar nela sem ser dominada pelas lagrimas.

Quem diz "era só um animal", não sabe o tipo de animal que ele mesmo é ao não saber reconhecer o valor do mais puro e verdadeiro amor.




A minha Laika hoje está ao lado dos meus avós, afinal, à medida que vou ficando mais velha e mais responsabilidades vão surgindo, maior tem que ser meu exercito de guarda-costas.


Eu daria um mês inteiro da minha vida só pra poder passar mais um dia com você, Meu Cão, tenho certeza que sua alegria valeria cada minuto.


domingo, 1 de maio de 2011

Conversando...

Emoção, esse é o problema talvez da humanidade. Como faz com coisas que simplesmente estão fora do seu controle?  Diz adeus, dá as costas e sai pela porta? *
Com a certeza de que isso não vai adiantar.
Se afastar é apenas uma opção para que o tempo guarde esses momentos em alguma gaveta. O que todos queremos é esquecer:
os passos errados,
as palavras faladas.
mas isso, meu amigo, é impossível.
Só nos resta a esperança de que o tempo coloque as coisas em seus devidos lugares
Ou, no minimo, em lugares aceitáveis.


*Com a participação especia de Daniel Silva (Danwisil) do http://www.bombrildeantena.blogspot.com.

Papo bem susse pra tarde de domingo

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Tempo

Queria escrever uma poesia
sobre a mágica do tempo,
do relógio que marca a hora,
e me faz perder o momento.

O tempo parece não ter passado pra mim. Mas ele passou, e passou longe.
Como é engraçada a mágica do tempo, ele passa, ela acontece, sempre, numa infinita renovação de acontecimentos. Mas é mágica. Não muda nada ao mesmo tempo que muda tudo.

O vento toca o meu rosto
me lembrando que o tempo vai com ele
levando em suas asas os meus dias,
desta vida passageira
minhas certezas, meus conceitos,
minhas virtudes, meus defeitos
nada pode detê-lo...


O tempo passou pra mim, e passou pra você. Se isso é bom ou ruim, quem vai dizer.
O tempo transforma a vida de duas pessoas em planos diferentes. Objetivamente, ele transforma meninos em homens, meninas em mulheres. Subjetivamente, ele transforma conhecidos em amigos, vice-versa, e muito mais.
O tempo age diferente em pessoas diferentes, em ramos diferentes de uma mesma pessoa.
Quando o tempo, medido em anos, chamado idade, é diferente, ele faz sua mágica de forma ainda mais surpreendente e nos torna marionetes de um teatro onde alguém acha graça.
Como encarar que os olhos que antes olhavam enviando proteção ao amigo, hoje olham pro homem que desperta interesses. Como entender os braços que antes envolviam na mais pura inocência hoje o fazem de forma mais apaixonada. Como aceitar que as mãos que outrora tocavam ao acaso, hoje procuram com desejo?
Como fazer todos as partes de um mesmo corpo em todos os planos entenderem tamanha mudança de situação?






Texto sem nexo? é, também achei... Ainda não consegui juntar todas as partes espalhadas por todos os planos pra conseguir entender objetivamente a situação, e assim poder escrever claramente.
Por hora, sou apenas um fantoche num teatro onde o tempo é o senhor e ri das possibilidades.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pra não dizer que não mostrei as flores

 
Roseira do fundo do quintal do meu avô invadindo o meu através do muro e se misturando ao pinheiro.

Roseira do jardim da chácara da minha tia em Itápolis, cor maravilhosa.

 Todo o encanto dos Ipês amarelos na Praça Santos Andrade, frente da UEPG.



Por que as flores? Sem motivos aparentes... elas me tocam em sua beleza de uma forma única... Mostram que vale a pena estar vivo, vale a pena brilhar, ainda que por alguns dias, algumas horas ou breves instantes, sempre haverá alguém que lhe dará o devido valor.

domingo, 3 de abril de 2011

"É que eu costumo ver o lado bom de quem não tem nada a oferecer..."

Já falei de Tópaz aqui... mas esse não é sobre eles, trata-se de um gancho da música Feira de Ciências. Vide aqui.

Sou do tipo de pessoa que não faz nada esperando algo em troca. Mentira, se for um trabalho, espero receber por ele. Mas assim, nas relações humanas. Acho que você não tem que ver o que a pessoa pode ou deve te dar em troco da sua atenção.
Já dei tanta atenção a quem não merecia, dei pouca a quem merecia tanta...
O fato é que minha atenção é diretamente proporcional à necessidade da pessoa. Não, não a minha necessidade dela, a necessidade que ela tem de mim.
Aí, um belo dia, pra variar (not), eu tomo aquela rasteira. Me levanto, porque eu sempre me levanto, e vou embora.
Aí o serzinho vê que o necessitado era ele. 
E volta a me procurar.
E eu volto a dar atenção.
E os problemas são superados.
E o serzinho volta a aprontar.
E volta a brigar comigo.
E volta a dizer adeus.
E volta a sentir falta.

E volta a me procurar.
E eu volto a dar atenção.
E os problemas são superados.
E o serzinho volta a aprontar.
E volta a brigar comigo.
E volta a trazer os problemas que já estavam superados.
E volta a brigar. 
E volta a dizer adeus.
E volta.... PARA, PORRA!
Uma hora, até o mais bondoso dos seres, cansa, né não? Como eu não sou a mais bondosa dos seres, canso bem antes.
Tudo que se repete várias vezes, me cansa, me da tédio, me dá sono. Não vou à raves porque o puts puts puts repetido várias vezes me dá sono... isso é tão fato que eu dormi na mesa de uma balada em Porto Seguro. Isso é tão fato que a janela do meu quarto em Ponta Grossa era virada pra balada ao lado, e sim, eu dormia feito um bebê quando começava a rave.
E aí tem uma coisa capaz de tirar meu sono quando ele chega. O serzinho se acha indispensável. 
O serzinho nunca te ofereceu nada.
O serzinho nunca lhe foi útil.
O serzinho nunca lhe proporcionou momentos agradáveis
Ou até proporcionou, mas as tempestades em copo d'água eram maiores e você acaba perdendo o tesão até em lembrar do que foi bom.
O serzinho vive lhe jogando na cara que você errou.
Aí você, na maior das boas vontades, tentando transformar um serzinho em gente, releva tudo isso e recomeça do zero... um verdadeiro Restart. Não, não a banda! Foco, não viaja!
Aí uma hora você enjoa de receber um perdão que você nunca pediu.
Aí um dia, quando o serzinho está na fase briga e ressurreição de problemas já superados do ciclo acima citado, você cansa e diz que este serzinho não vai mais resolver sozinho os rumos da relação. Você junta o nada de paciência que lhe sobrou e diz adeus. E você afirma ao serzinho que você já virou gente, e que o seu adeus é de verdade. Configura uma real quebra do ciclo.
"Se talvez não entender
Eu desenho para você"



Mas o serzinho vive te ressuscitando os problemas superados por 3, 4, 5, 6, sabe-se lá quantas vezes o ciclo já rodou...
E você, educadamente, responde.
Tem coisa mais irritante que ter negado algo que você não pediu?
Pede-se desculpas/perdão quando se tem a impressão de que errou. Quando não tem, quando, visto na mesma situação, teria a mesma atitude, não há razão de pedir perdão pois não há arrependimento sincero. Assim como, se você deu o perdão, você não pode voltar atras e desperdoar, correto? Se aquilo continua te incomodando e você resolve que o melhor é não perdoar, sinal que o perdão nunca foi sincero.
De qualquer forma, nesse pântano de  falsidade, a vida continua, a minha vida continua muito bem, obrigada. E não, eu não volto atras quando eu resolvo quebrar o ciclo...
Tauana, do que você tá falando? 
De nada, meu querido... Só fiz uma introdução, porque, na verdade, eu queria por uma música da Tópaz... 

Feira de ciências.
Tópaz 

Se você quiser desabafar
Despejar seu mundo no meu mural
Nem começa!

Descreve tudo aqui
Nesse cartaz com gráficos
De quanto você me quer
Muito longe

Você nem se deu ao trabalho
De visitar o meu stand
Como eu queria

Me diz por que dessa autópsia
Se eu não tenho coração

Se talvez não entender
Eu desenho para você
Não disfarça! Não disfarça!


Se talvez não entender
Eu desenho para você
Te odeio! Te odeio!

Você nem se deu ao trabalho
De olhar a todo instante
Como eu merecia

Me diz por que dessa autópsia
Se eu não tenho coração
Me diz por que. Me diz por que

Se talvez não entender
Eu desenho para você
Não disfarça! Não disfarça!

Se talvez não entender
Eu desenho para você
Te odeio! Te odeio!

Se você não entendeu a minha exposição
Vai ver te superestimei
É que eu costumo ver o lado bom
De quem não tem nada a oferecer

 
 

 
Saudações!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Eu não quero lembrar do que eu fui pra você...

Milonga - Fresno 

Vamos falar de solidão
Na sua casa nunca mais entrei
Mas decorei com exatidão
Todas as coisas como eu deixei
Versos jogados pelo chão
Lembranças do que não presenciei
Mas decorei com exatidão
Como o passado que eu mesmo criei

E tudo que eu posso oferecer
São minhas palavras pra você
No plágio de uma bela melodia
E tudo que eu quero te dizer
Eu já cansei de escrever
Quero te ver enquanto não é dia

Mas diz porque tu vais embora
Mas diz porque tens tanto medo
Se não acorda cedo
Nem trabalha, estuda ou namora
Mas diz porque chegou a hora
Agora que eu venci meu medo
Te peguei pelos dedos
Pra dançar enquanto o sol demora
Para chegar trazendo aurora
E a luz que cega e me dá medo
E como um torpedo
Eu deslizo, eu vôo num mar de lençois
E cada dobra conta histórias
De muitas delas sinto medo
São muitos enrredos
Enrolados e embriagados como nós
Tão a sós, como nós, tão a sós

Porque você insiste em dizer que ainda existe vida sem você?
(Quando você não esperar vai doer e eu sei como vai doer e vai passar como passou por mim e fazer com que se sinta assim, como eu sinto)
Porque você insiste em dizer que ainda existe vida sem você?
(Como eu vejo como eu vivo como eu não canso de tentar eu sei que vai ouvir, eu sei que vai lembrar, vai rezar pra esquecer, vai pedir pra esquecer, mas eu não vou deixar, eu não vou deixar)

(Porque você insiste em dizer que ainda existe vida sem você?)
E eu não quero lembrar do que eu fui pra você
Uma simples distração pra você esquecer
Eu não quero lembrar que chegamos ao nosso fim
(Porque você insiste em dizer que ainda existe vida sem você?)
Eu não quero lembrar que eu vou acordar
Sabendo que meus olhos não vão te encontrar
Eu não quero lembrar que tudo acabou pra mim

Vou te esquecer, vou te esquecer
Vou te esquecer, vou te esquecer

Porque você insiste em dizer que ainda existe vida


- Tauana (você me olha com cara de pseudo-intelectual que odeia músicas modinha - você ouve Fresno?
Sim, eu ouço e canto, canto muito! O Lucas e o Tavares são excelentes letristas. Suas músicas falam por mim quando as palavras me faltam.


Saudações

quarta-feira, 30 de março de 2011

Saudade; orgulho; solidão.

"Às vezes fico com saudade,
de momentos que eu ainda não vivi.
Às vezes peco na vontade,
de sentimentos que eu ainda não senti.

Te vejo nas paredes dos hotéis,
eu vivo interpretando papeis.
Às vezes não sei mais quem sou,
me deu vontade de voltar."

 *Eu Sei - Fresno


Faça suas apostas...
Interprete como desejar!
Seja Feliz!

quinta-feira, 24 de março de 2011

Inimigos

Sou inimiga de mim mesma.
Vivendo numa busca compulsiva por fazer-me o mal, buscando freneticamente lograr exito na empreitada. Me atrapalhando na concentração, interferindo na relação com os sentidos, atrapalhando as negociações com o organismo.
Sou minha maior inimiga.
Busco insanamente interferir nas minhas relações, tentando destruir a paz e a confiança. Incansavelmente destruo a concentração, influenciando em ações e em trabalhos.
Sou inimiga de mim.
Não se trata de autodestruição. Não se fala em conflito de personalidades. Não são buscas conscientes pelo mal a si próprio, mas, por enquanto, sou minha maior inimiga, enquanto não aprender a me controlar, continuo me atrapalhando...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Odeio Brasileiro paga-pau de gringo

Frase muito conhecida, "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas", extraída do livro O Pequeno Príncipe, do autor Antoine De Saint-Exupery, é talvez uma das frases de maior expressão na atualidade.

E é uma verdade quase imutável.

Na onda de que "a grama do vizinho é sempre mais verde", acabamos inevitavelmente exportando o que temos de pior.

Ontem, durante o tempo de ócio [im]produtivo, navegando pelo portal do G1, encontrei algumas noticias que chamaram a atenção pelo título. Segue:

"Dono exige distância e condição especial para emprestar 'Abaporu'."






"'Só conhecia o Brasil por meio de sites para adultos', diz ator americano Jamie Foxx"


É, ele tem cara mesmo deu quem visita pornografia constantemente...

Essas 2 são as que mais me chamaram a atenção nas notícias dessa terça. E não foi pela relevância, foi pelo preconceito estampado. Pela ideia que fazem de nós.

"Abaporu" uma obra da pintora brasileira Tarsila do Amaral, expoente do movimento modernista no Brasil, vendido em 1995 a um colecionador argentino por US$ 1,5 milhão. Ok, se eu tivesse uma obra desse valor, também faria exigências pra emprestar. Mas era necessário mesmo? Será que no Brasil não existe gente especializada que sabe como tratar uma obra de arte? A exigência da distância é que o público deve ficar a 1 metro da obra. Pra evitar a mania de ver com os olhos dos dedos, sabe... Quem passou ao tal Eduardo que nós brasileiros somos seres sem noção?

E o Jemie Foxx? sem comentários? Nada, é o que mais deve ser comentado! Essa notícia me lembrou outra, de um famoso ator, falando que não precisava de autorização pra gravar com armas no Rio, afinal, andar armado é normal por lá... O problema é que quem exporta esse tipo de pensamentos somos nós mesmos. Violência, paraíso do sexo, corrupção... nós é quem passamos isso... que nunca ouviu falar no American way of life? ou, Estilo de vida americano? Nos Estados Unidos tudo é lindo... Tem um seriado dos anos 80 fazendo sucesso por aqui, o tal do "Todo Mundo Odeia o Chris". Alguém já parou pra analisar que ele reflete justamente o lado "americano" que nos negamos a ver? Não... é só engraçado ver um garoto negro se ferrando... Pior aqueles que dizem "aquilo foi nos anos 80, hoje não tem mais"

Vai pro inferno, filho da mãe! nos anos 80 já vivíamos pagando-pau, o sonho de todo brasileiro já era conhecer a Disney, já víamos os filmes deles, assistíamos Esqueceram de Mim e acreditávamos que os bandidos lá não usam armas!

"Porque as cadeias americanas são dignas e os presos se recuperam, e eles não fogem, e eles se comportam, e tem segurança..." (imagine a vovó do Piu-Piu falando)

Pro inferno velha do c#%&$! Isso é o que eles te passam!

Aliás, queria saber quem deu procuração pra um pais se chamar pelo nome do continente? Eu sou América também, Tio San! todos os filmes você vê alguém dizendo "Deus salve a América", uow, obrigado por pedir por mim também, arrogante!

A questão toda é, o que nós exportamos sobre nós e o que importamos sobre eles? Não só os Estados Unidos, mas todos os outros países? Tropa de Elite é muito bom? sim, maravilhoso, eu sou mega fã das produções de José Padilha, mas o que exportamos sobre nós? favela, droga, sexo, pobreza, corrupção, território sem lei... É a verdade? não cabe a mim responder. Só sei que os filmes que exaltam nossas belezas e as boas qualidades de nosso povo são muito mal feitos, sem história, e sem nada que chame a atenção... Se nós mesmos não temos saco pra assisti-los, como fazer passar lá fora?

Enquanto vivemos na era do paga-pau pro não-nacional, vemos esse tipo de comentário e não temos sequer o direito de reclamar...

Saudações



*originalmente postada em UmCasoPorAcaso transportada e ajustada aos moldes onde eu me dou liberdade de falar merda besteira.