sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Expediente de sexta

Amanha é véspera de Natal, hoje é sexta a noite e você está trabalhando, cumprindo horário por assim dizer.
Todos estão fazendo os últimos preparativos pras festas, e você está atoa.
O telefone não toca. Nem o seu, nem o do trabalho. Você se senta na escadaria de acesso pra ver a rua. A noite acaba de cair. Está fresca. Uma brisa suave lhe acaricia a pele. Você permanece ali sentada na escadaria do velho prédio. Alguns carros passam, pessoas voltam do centro com as ultimas compras de natal. Sentada dentro da sua sala não dá pra ver o movimento calmo, quase melancólico da cidade.
A noite está tranquila, diferente da revolução que estoura em seus sentimentos. Pessoas passam em seus carros e nem ao menos notam que existe alguém sentado ali, que aquela instituição pública está aberta para servir à população.
Você respira fundo, ergue a cabeça e olha o céu. As lembranças da noite passada se confundem com uma esperança pra noite de hoje. Nada de especial programado. Nada programado. Só a esperança boba de um convite aceito que você sabe que não vai acontecer. Um dia? Não. Uma noite? Não. Algumas horas, talvez? Tambem não. Uma hora, ou nem isso. Já tive amores que duraram a vida inteira. E amores que nem chegaram a acontecer.

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