quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Consultório médico

Salas de espera em consultórios médicos são engraçadas. E todas iguais.
Invariavelmente ela vai estar lotada, vai ter uma criança impaciente e alguma pessoa que você vai odiar assim que o ver entrando pela porta. Em pouco tempo você se pergunta se o paciente anterior largou pregos ou pó de mico no lugar que seu mais novo odiado sentou, o mala fica dançando o tempo todo na cadeira. É hiperativo, o desgraçado. Pega o celular, fica jogando pro alto e pegando, faz uma ligação, fala de modo que todo o consultório perceba que ele tem negócios a tratar. Finalmente desliga. Coça os braços, costas, pernas, continua dançando na cadeira e sua irritação aumenta. Inconscientemente você começa a rezar para que o mala seja chamado logo, assim todos que estão na sala de espera se livram dele. O pobre celular volta a ser jogado rodando pro alto. Ele cai.
Alguém é chamado, e você percebe que não é o mala quem espera por consulta, ele é acompanhante de alguém. Uma mulher, esposa talvez. Pobre coitada. Ele fala sem parar, como se ela se interessasse em quanto o cara pede pela moto 87 dele, muito mais caro que o valor de mercado. Eles passam a clara impressão que só conversam por conversar quando precisam passar o tempo e não tem nada mais interessante por perto. Você começa a espumar de raiva. Olha no relógio, seu auto presente de natal, 1 hora além do horário marcado, e você está no mesmo lugar desde que chegou. E o mala ainda indignado com o valor que o fulano ta pedindo da moto dele. E a pobre esposa tem uma expressão de quem não tá nem um pouco interessara em motos e valores e tudo o que ele fala, e, principalmente, não compartilha da indignação dele. Ela finalmente é chamada pra consulta, você começa a ver uma luz no fim do túnel, mas finalmente ela se levanta, joga a bolsa no colo dele e sai. Você praticamente lê nos olhos dela a felicidade de 5 minutos de sossego.
O formigueiro sob o atleta aumenta e ele agora dança na cadeira sem parar, fazendo com que todas as outras cadeiras, que são grudadas balancem junto. Você quer matá-lo.
O celular dele continua voando, sua mente começa a arquitetar os mais terríveis planos tendo o chato como vitima. Seu rosto desenha um grande sorriso pensando nas crueldades que sua mente é capaz de produzir. Pena que é só ilusão. Uma hora e meia de atraso pra sua consulta, e o que melhor poderia acontecer, finalmente acontece. A esposa do chato sai da consulta e eles vão embora. E você, bem, você pega seu celular e se concentra em qualquer atividade, ou o primeiro joguinho da sua lista, antes que encontre outro chato que prenda sua atenção, afinal, a figura do chato é tão comum em salas de espera quanto o atraso nas consultas medicas.

3 comentários:

Felipe Galdiano disse...

Uma dica: sempre é a mesma coisa em salas de espera.. ou tem teve ou não tem! E qdo tem o programa não eh o q vc quer hehehe.. Se tiver compania junto blz! Caso contrário.. recomendo tirar um cochilo prolongado de 1 mês até eles chamarem vc! hahahaha adorei o post falow td Tau ;)

J@ne disse...

Perfeito!!

J@ne disse...

Perfeito!!