segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Devaneios

 Dia desses, "sonhei" com você. Aquele sonho acordado, base de tantas ilusões. 

Cheguei a sentir que me abraçava quando do meu típico lado virei pra dormir. 

Essa semana sua energia foi presença marcante. Tantas e tantas coisas que aconteceram, coisas e pessoas diretamente ligadas a você aparecendo do nada pra mim. Solicitações inusitadas. Sua ausência foi presença constante. 

E, olha só,  eu que nunca fui boa em datas, acabo de olhar, faríamos hoje 4 meses.

Não, não me arrependo de nada. Do melhor ao pior. Nenhum arrependimento. Nem de amar, nem de "odiar". Acredito, sinceramente, que nunca completaríamos esse quarto mês. Sempre fomos diferentes em tudo, mas a intensidade do que senti me fez sufocar as diferenças, afinal, depois de anos, eu me sentia viva, sentia amor, e meus olhos brilharam. Fui feliz ao extremo e isso já me basta. 

Mas nunca completariamos esse quarto mês. 

Apesar de tudo, guardo boas memórias. Agora, só na memória. As últimas fotos escondidas se foram. Não há mais imagem. Não há mais lembrança. És livre pra viver o seu velho novo amor. O problema de ser velho é que tudo aquilo que você já viveu, continua lá. Não existe um começo, é sempre um recomeço, e tudo aquilo considerado defeito, continua lá. 

Não te desejo sorte, tão pouco te desejo azar. Desejo apenas que a vida lhe reserve aquilo que sua alma precisa. Ninguém vem a esse mundo por diversão ou mera obra do acaso. 

Agora, antes de decidir escrever este, me peguei pensando e constatando que, a exceção da primeira semana, não derramei nenhuma lágrima por você, pela situação, ou por qualquer outra coisa. Chorar não faz mais parte de mim. 

Da mesma forma também não te odeio. Por dois motivos: primeiro, e eterno, ódio é um sentimento que não cabe no meu coração, nunca odiei ninguém e não será você a inaugurar essa sensação. Além disso, ouvi hoje e fez todo sentido: o ódio é muito mais forte que o amor. O ódio te mantém refém, você pensa na pessoa em tudo e o tempo todo. Não, definitivamente, não odeio ninguém. 

Saio livre, alma limpa, consciência tranquila de que eu dei o meu melhor em todos os momentos, eu fui real, eu fui por inteira. E, novamente, estou inteira. Cacos colados, pronta a seguir em frente. Ao encerrar este capítulo, descanso a caneta. Não viro a página, fecho o livro. Não haverá um novo capítulo, haverá uma nova história, a qual não tenho pressa de viver. 

Que venha o que vier. Sou uma alma livre em constante evolução. E grata por cada pedra no caminho, que me calejaram e ensinaram onde não pisar e como superar cada novo obstáculo. 

De tudo, repouso tranquila, com a certeza de que sei quem sou e o que sou capaz de fazer. Foi bom me ver pelos olhos de outros, relações foram fortalecidas e eu tive a certeza de que quem escolhe me perder, realmente foi quem perdeu. 

A vida é uma eterna lição, seria muita ingenuidade chegar até aqui sem aprender nada. 


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