É pessoas, aos poucos a poeira começa a abaixar e podemos com mais calma analizar a questão.
De fato, os valores que queremos que um jornalista formador de opinião tenha, não se aprende nos bancos academicos, são valores humanos, oriundos do caráter das pessoas.
Eu, sinceramente já não sei mais me posicionar favorável ou contraria ao diploma, já que são poucos os cursos superiores que realmente formam jornalistas e não apenas entregam o diploma.
Para minha revolta, enxerguei os jornalistas formados pela UEPG, essa eu conheço a grade e a qualidade do curso, no entanto, aplicar o que foi aprendido, cabe ao profissional, portanto, o diploma não vai resguardar o direito a informação correta e livre da manipulação midiatica.
Ética todos sabem o que é, mas nem todos querem usar.
É importante sim, uma regulamentação da profissão, para que possam ter responsábilidade sobre o que divulgam, mas o diploma não garante a qualidade daquilo.
Bons e péssimos profissionais tem em todos os ramos.
"Carlos Castilho - O debate em torno da revogação da exigência de diploma de jornalista mais uma vez envereda pelo rumo equivocado e, se continuar assim, vai novamente chegar a um beco sem saída. Isto acontece porque os protagonistas não levam em conta que o problema não está num pedaço de papel mas em quem o assina.
O diploma é uma certificação da qualificação de um candidato ao exercício do ofício de jornalista. Quem emite o diploma é uma instituição de ensino superior, portanto é ela quem assume a responsabilidade pela qualificação de um jornalista. Este é o diploma legal, pois os certificados emitidos por cursinhos criados por empresas jornalísticas servem apenas como referência curricular.
Agora vem a grande pergunta: As escolas de jornalismo no país dão aos seus alunos a capacitação necessária para ingressar num mercado de trabalho caracterizado por transformações radicais na área da comunicação e do processamento da informação?
Com raras exceções, a resposta será não. A maioria das escolas de jornalismo no país ainda não completou a sua transição da comunicação analógica para a digital. Ainda lidam com práticas superadas, sem levar em conta todas as mudanças ocorridas pela ampliação do uso da internet, pela desvalorização do produto notícia por causa da avalancha informativa, pela emergência do cidadão como produtor de informações, pelo surgimento de redes informativas baseadas na colaboração entre usuários, pela convergência de canais de comunicação e pelo desafio da multimídia como plataforma para a imersão informativa.
As escolas de jornalismo, em sua maioria, também falham num aspecto essencial ao não valorizar a experimentação já que a internet é sabidamente uma área em construção onde quase tudo precisa ser testado e avaliado. As empresas experimentaram quando o que estava em jogo eram produtos tecnológicos para o mercado consumidor.
Mas agora que a Web passa a ser um terreno predominado pela preocupação com a aplicação social da tecnologia, é que se vê como a falta de pesquisa começa a ser um fator limitador do desenvolvimento econômico. Só resta a universidade para preencher este espaço, mas ela se mostra lenta e vacilante neste aspecto por conta da necessidade de ter que rever estruturas e práticas de ensino vigentes há décadas.
Resultado, o recém formado em jornalismo vai para o mercado dominado pela internet e pela digitalização, tendo como principais ferramentas aquilo que ele aprendeu fora da escola. Assim, o diploma que ele ganhou não tem grande significado para as empresas e nem para o próprio jovem, porque o empreendedorismo jornalístico online não faz parte da maioria dos currículos.
Isto mostra que não adianta polemizar sobre a obrigatoriedade ou não do diploma, se não discutimos a qualificação do jornalista, ou seja, a capacidade das escolas de jornalismo produzir o profissional que a nova realidade informativa está exigindo.
Mais do que o manejo de softwares e equipamentos digitais, o que a informação contemporânea exige são profissionais capazes de interagir com o público, de orientar as pessoas na aplicação da ética na comunicação, de contar histórias usando a multimídia, de contextualizar notícias e por aí vai. Quase todas estas preocupações são vistas como algo extra-terrestre por boa parcela do corpo docente de nossas faculdades.
Por isto sou contra este bate-boca estéril em torno de um diploma, que mais do que um documento cartorial tem que ser um símbolo da certificação de qualidade validado pelas demandas sociais contemporâneas. Nem mesmo os nossos doutos magistrados do STF levaram estes argumentos em conta. Por isto, a decisão que tomaram é tão pouco consistente quanto o diploma que eles desqualificaram.
A indústria dos jornais já entrou em crise por conta das mudanças ocorridas na informação e na comunicação, depois da internet. A busca de alternativas para as empresas está sendo dificultada, também, pela impossibilidade das universidades participarem deste esforço com contribuições atualizadas. Será que a gente vai ter que esperar pela crise nas universidades, para que alguma mudança aconteça?"(http://www.asemanaibitinga.com.br)
Um comentário:
Esse é o nosso governo, como já disse antes, caminhando na contra mão nas estradas que os países desenvolvidos trilham no que se diz respeito à educação.
Criar cotas, bolsa escola e eliminar a necessidade de formação superior só demonstra a gritante e covarde falta de capacidade de nossos líderes em melhorar a QUALIDADE de ensino no Brasil.
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