segunda-feira, 12 de maio de 2025

Imagens...

 Foi uma semana intensa. 

Mas ao fim de um dia, uma frase torta me cansou.

"[20:56, 11/05/2025] Fulana: C anda esperta demais kkkkk

[21:00, 11/05/2025] Tauana Manuela: Esperta?

[21:00, 11/05/2025] Tauana Manuela: Poxa... legal

[21:01, 11/05/2025] Tauana Manuela: Faz 1 ano q conheci minha ex, namorei, larguei, tentei voltar. Desde então sequer me interessei por outra mulher e eu to esperta...

[21:02, 11/05/2025] Tauana Manuela: Gosto muito de vc. Muito mesmo. Faz anos q a gente conversa, te considero uma amiga. Mas a visão q vc tem de mim é de lascar"


É interessante como hoje é fácil falar de qualquer pessoa né? Sem um pingo de preocupação, sem conhecer, sem sequer ter qualquer conversa mais a fundo.

Essa pessoa, em especial, conheço já deve ter seus 5 anos. Talvez o único contato de app que não tenha apagado, justamente por essa questão de ter virado amizade. 

Desde o começo, sempre fui tratada por "garota", uma forma de chamar que, confesso, até gosto. 

Mas também ouvi, diversas vezes, que eu tenho cara de quem não presta. Que eu não presto. Isso vindo de alguém que eu nunca conheci, alguém que nunca rolou uma conversa de paquera.

Mais a frente, veio o papo de que sou cocotinha, riquinha, mimada, filha de família rica. Pô, grana nunca foi um tema pra mim. Meus pais batalharam sim, muito, pra me dar a oportunidade de um colégio particular, de me sustentar na faculdade sem precisar trabalhar e estudar e, porque não, de me dar um conforto financeiro que me permitiu só estudar pros meus concursos. Trabalhando pra eles, fazendo tudo por eles, mas sem ter q dar expediente de 8 horas por dia. A luta dos meus pais me trouxe facilidades pra vida que a maioria das pessoas não tem? Sim, não nego, pelo contrário, sou grata a eles pois eu sei o quanto eles batalharam e trabalharam duro pra isso. Meu colégio particular foi pago às custas de um trabalho de caminhoneiro pesadíssimo que, depois de dirigir direto pra São Paulo, descarregava na mão toda carga de sacos de laranja, de 5, 8 ou 20 kg. Não nasci em berço de ouro, mas sim, meus pais viveram pelos filhos, batalhando muito colocaram um diploma na mão dos filhos. Não vou me envergonhar das oportunidades que eles me deram, muitíssimo pelo contrário, me orgulho muito dos meus pais, sou extremamente grata a eles pelas oportunidades que me deram. Mas eu não me acho superior a ninguém por isso. Não desfaço de ninguém por isso. Não entendo porque a pessoa perceber essas condições que eu tive a bênção de ter a permite aferir que eu sou patricinha. Ah, logo eu.

Já tinha mordido o freio com essa história. Ai vem o "c anda esperta demais". Porra, jura? só porque eu comentei "fui passear na sua cidade ontem". O Fato de eu por a minha bunda no meu carro, ir pra outra cidade, tomar 3 chopp e voltar pra casa, me faz esperta demais? lisa demais? Então eu sou uma patricinha, riquinha, filha da puta, galinha que vive à caça?

Chateou... chateou sim. 

O "cara de que não presta" encarei como brincadeira. 

O cocotinha me incomodou. E eu avisei. Dissertei mais de hora o tanto de vezes que vi meu pai sem grana pra pagar o mercado. Uma vida inteira vendo o cara sempre sujo, porque agricultor não anda perfumado. E, por último, já idoso, com os pés na bosta de frango dia e noite pra conseguir tem um conforto agora. E é importante, pra mim, criança, era brincadeira, mas sempre ajudei esse cara: adubar laranja, facão na mão desbrotando laranja, marcando plantio, descarregar o caminhão, plantar milho, e, por ultimo, nessa mesma granja, o quanto não fiquei eu também com os pés atolados na bosta, virando noites em claro jogando lenha na fornalha (e lenha de verdade, não esses gravetos de lareira e churrasqueira).

A cereja do bolo veio com essa "esperta demais".

Pastei quase 1 ano por uma pessoa. Sofri feito uma condenada. Tentei muito sim, nesse tempo, me interessar por alguém, mas qualquer conversa iniciada nunca passou de 3 dias. E nesse tempo todo, essa miga não me perguntou uma virgula da minha vida. Nunca soube se eu estava namorando ou sozinha. Isso nunca foi pauta das nossas conversas. Se eu sofria, ou se tava em festa toda semana. A frase que eu sempre digo: Eu sei a pessoa que sou, quantas mulheres eu tive, qual intensidade do que eu senti ou sofri. Uma coisa eu sei. Eu nunca fui uma pessoa que não presta. Eu nunca fui riquinha, cocotinha, patricinha. E, definitivamente, eu nunca fui, muito menos estou esperta demais.

Ah meu... rá si fudê pra lá.

Vem conhecer minha vida de verdade, depois vem falar de mim.

Presta atenção em como a pessoa reage à sua brincadeira. 100% das vezes isso vai indicar se ela gostou ou não. 300% das vezes vai te indicar se você pode brincar com aquilo ou não.

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