Hoje deu pra ter uma idéia do quão perdida estou nessa dimensão, nem as vontades são ordenadas agora. Vontade de dirigir pra um lugar bem longe da civilização, sentar na caçamba e fumar um cigarro olhando as estrelas. O que tem demais nisso? Nada, se não fosse o simples fato de que eu odeio cigarro e nunca sequer experimentei um.
Estou perdida, sem um chão. Talvez hoje eu me sinta mais perdida que antes.
Hoje estou no lugar onde sempre achei que seria meu porto seguro, e a sensação de solidão parece piorar. Por que piora? Simples, ao me senti sozinha longe de casa, me agarrava na esperança de que meu ninho me esperava. Hoje me sinto sozinha dentro de casa, e agora? Estou no meu ninho, mas hoje ele é um ninho abandonado.
Não ganhei o colo, não ganhei um abraço, me sinto uma intrusa dentro da minha própria família. O que fazer? O que sentir? Como agir?
O espírito de natal contagia a todos, mas, especialmente esse ano, ele parece me contagiar ao contrário.
As luzes sempre alegres piscando parecem mais apagadas, as músicas incomodam, a sensação de paz de espírito torna-se inexistente. Há anos o natal vem perdendo sua magia. Esse ano a época torna-se melancólica, sinto falta dos natais anteriores... onde estão? Se perderam em algum lugar da minha memória.
Eu quero um colo, quero apenas deitar no teu colo, não ouvir nada, não falar nada, apenas sentir a segurança que pode me oferecer.
Eu quero apenas sentir teu colo, tuas mãos a me afagar. Não quero ouvir-te perguntando o motivo desse tom nas palavras, não quero ver-te tentando animar-me, quero apenas sentir a segurança no teu abraço. Me deixa sentir teu corpo, sentir que és uma pessoa, que tens sentimentos. Me abraça forte, firme. Se eu chorar, não pergunte o motivo, não saberei dizer. A alma hoje clama em idioma diferente, corpo e alma não estão sintonizados, não conseguem se entender para serem apenas uma pessoa, não conseguem unir força pra traçar um caminho.
Não me pergunte o que há, não me pergunte o que pode ser feito, não tente me animar, eu não sei o que acontece, eu não sei onde estou, mais uma vez, apenas deixei a alma falar...
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