quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Quero mas não depende de mim

Quero me perder nessa ilusão, deitar-me em teus braços, sentir tuas mãos a me tocar. Quero teu corpo junto ao meu num refúgio seguro, tranqüilo e calmo.
Eu preciso de você, vem, corre, me tira dessa solidão, me deita no teu colo, me afasta dessa escuridão. 
Quem é você? Não, não sei. Acho que você só existe no meu mundo imaginário, não há uma pessoa no mundo fático de quem eu sinta falta, não uma pessoa especifica, ao contrario do que pode pensar, não há um homem pra quem eu diria as palavras acima. 
Coisas da carência. Preciso de algo capaz de quebrar essa rotina, preciso de um colo que não pergunte o porquê, mas apenas me deixe quieta em seu abraço, só curtindo o aconchego e a segurança que me passa.
Não pense que estou tentando esconder o jogo, que esteja sofrendo de desilusão amorosa, estou carente, não nego, mas carente de carinho, não necessariamente de homem, de relacionamento. Esta é uma das poucas fases da minha vida que posso dizer com segurança que meu coração cigano montou acampamento em um local e ali permanece. Sem ser habitado. Sim, to afirmando de novo que não estou apaixonada, dessa vez talvez nem pela vida...
Talvez eu tenha esperado demais, fantasiado demais. Pode ser que eu tenha criado uma situação irreal. Sim, pensando bem, eu criei uma situação irreal... A vida me afastou do meu ninho, talvez seja tarde pra voltar, cresci e não caibo mais no ninho. A alma continua o bebezão, mas o corpo já faz com que o mundo exija mais, aquela garotinha de outrora já ficou na lembrança, ninguém mais me vê como uma criança frágil que precisa de colo, exigem de mim postura de mulher. Mais uma vez a alma grita dentro de mim que não quer crescer, o nó na garganta, a voz embargada, a vontade de chorar, tudo isso maquiado pela cara de mulher. O futuro está na minha frente e eu não vejo solução...
11 meses longe de casa, não consigo mais sentir minhas raízes. Passei um ano acreditando que elas estavam fincadas aqui, mas hoje não tenho esperanças de que elas realmente existam. Será que eu fantasiei? Será que nunca foi assim? Será que eu sonhei o tempo todo? Estou começando a achar que sim... Minha mente tem o poder de fantasiar, pode ser que isso tenha ido longe demais... 

Um comentário:

Nachali disse...

É estranho voltar pra "casa" e não reconhecer aquele lugar como o seu....
Chega a hora de achar o nosso lugar, construir o nosso lar .

Mas não é facil deixar a casa que um dia foi nossa....