quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Fiel

 Quando eu me perco é quando eu te encontro

Quando eu me solto seus olhos me vêem
Quando eu me iludo é quando eu te esqueço
Quando eu te tenho eu me sinto tão bem
Você me fez sentir de novo o que eu
Já não me importava mais
Você me faz tão bem
Você me faz, você me faz tão bem
Quando eu te invado de silêncio
Você conforta a minha dor com atenção
E quando eu durmo no seu colo
Você me faz sentir de novo
O que eu já não sentia mais
...
Feche os olhos agora e pense. Com quem você estaria? O que te traz a paz que seu coração deseja?

E de repente, aquela presença que era constante torna-se um silêncio gritante. As poucas palavras são cortantes, dilaceram na carne.
Você se torna um caldeirão de sentimentos, todos juntos, em ebulição. 
Sim, me é dado o direito de cada um deles. Da dor, da mágoa, da tristeza, da raiva, do rancor. Todos eles sao apenas efeito colateral do único que importa, o amor. 
Só o amor é capaz de profundas mudanças. Transposições, evoluções, tolerâncias. 
Só o amor estende a mão, puxa o abraço, supera o orgulho. Só o amor sente falta, só o amor suporta a fúria, escuta, acalma. Não responde, não briga, não se perde.
Nada sufoca mais que as palavras entaladas. Fala, põe pra fora, gospe na cara. Tira do peito, alivia a pressão. Mesmo que o mundo não te dê razão. Põe pra fora ou a pressão que só aumenta, hora explode. 
A gente sempre faz aquilo que acha que deva fazer. Busca os caminhos que julga mais confortáveis. 
Ninguém tem o direito de julgar, ninguém está na sua pele, ninguém viveu a sua história, ninguém calçou os seus sapatos e caminhou o seu caminho. 
De tudo, e em tudo, permaneço fiel àquele único de quem não consigo me esconder. 
No fim da noite, no escuro do quarto, no vazio que ficou, é apenas a ele que você deve explicação. É ele quem te aguarda pra atormentar e tirar o sono. 
No fim da noite, seu sentimo é tudo que tem. 

Diga agora, o que é paz pra você?
Trar você dormindo em meu peito é a paz que eu não sabia que tinha.
E, assim, senti de novo o que eu já não me importava nais. Quem salvou quem?
E, assim, eu sinto de novo. Tudo de novo. Do início ao fim. Eterno ciclo.
Eterno. 
Ciclo.

E, no fim, fiel é tudo que sou.

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