Amor talvez seja a palavra de mais difícil definição. Não se sabe como, simplesmente ama. É um estado de espírito de tão difícil entendimento que nem quem ama sabe se realmente ama. De outro lado, também pensa-se amar e é possível descobrir que em verdade não amou.
Por diversas vezes ja pincelei palavras sobre o amor, em todas as suas formas. Aqui, hoje, falo do amor de casal, do relacionamento entre duas pessoas que buscam um par. Mas será só par? O Amor conjugal é uno? É singular ou adimite plural?
Só se ama uma pessoa, ou é possível amar concomitantemente duas ou mais?
Certa vez, ao esboçar os primeiros pensamentos sobre o tema, fui contraposta com a ideia de que só é possível amar uma pessoa, se ama a segunda, é sinal que não ama verdadeiramente a primeira.
Num primeiro momento, sob a ótica monogâmica da cultura ocidental, razão assiste a esse pensamento mais restritivo de que o amor não permite plural.
Mas se o amor não tem definição e até mesmo a pessoa que sente esse amor não pode afirmar com certeza que o é - partindo da premissa que é possível nutrir um sentimento chamando-o de amor e, posteriormente, em outro relacionamento, concluir-se que, apesar de um intenso sentimento, não era amor.
Mas, se não é possível amar mais de uma pessoa, como explicar os relacionamentos poligâmicos comuns sobretudo na cultura expoente do oriente médio. É possível que o marido de 7 esposas ame apenas uma delas? Ou é aceito que haja a pluralidade desse amor? Inclusive, ao que me parece, uma das regras permissivas da poligamia dispõe que deve o marido dar o mesmo tratamento a todas as esposas, portanto, ter por todas o mesmo amor.
De outro lado, pensando em amores diferentes, ama-se o pai e a mãe. Ninguém lhe diz que seu amor por seu pai é falso, porque tu amas tua mãe. Da mesma forma não lhe é imposto que, para amar tua mãe, nao podes amar teu pai. Da mesma forma o amor de irmãos, não lhe é permitido amar a todos os irmãos, pode-se amar apemas um deles. Se ama seu caçula, sinal que deixou de amar o primogênito.
Se o amor é plural em todas as suas formas, porque apenas no relacionamento afetivo ele deve ser uno? Não é permitido que se ame 2 pessoas?
A princípio parece fazer sentido dentro da cultura e criação que temos, mas quando se traça o paralelo com todas as formas de amar, parece perfeitamente possível que ame duases pessoas.
Sendo, então, o amor um estado subjetivo, não cabe ao interlocutor a imposição das regras sobre o sentimento alheio.
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