segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Turista em minha própria cidade

Resolvi sair pra passear. Comer fora, andar sem rumo fotografando prédios históricos. Realmente me sentindo turista dentro da minha própria cidade. Mas qual será que não sou? Será que essa é minha cidade? Ou um turismo em minha cidade seria um turismo em Ibitinga? Um turismo em Itápolis talvez? Ou quem sabe um turismo em Inocência, afinal, nunca fui de lá, mas pretendo ser. 
Alguém disse uma vez “ser cidadão do mundo”. A mim não se aplica, preciso de raízes, preciso de um lugar, preciso de um chão, de uma terra pra onde voltar. Mas cada vez mais o mundo me faz perceber que essas raízes não existem, não passam de sonho, de afirmações utópicas para me manter calma diante das mudanças da vida que me atropelam dia após dia.
Estranha a sensação me veio ao procurar um titulo para as fotos. Turismo em “minha própria” cidade. Ponta Grossa, conheço bem, estou aqui há 04 anos, mas não é minha cidade. Qual seria o título de um mesmo passeio, mas em Ibitinga? Também conheço muito bem, morei desde os 02 anos de idade, mas também não se trata de minha cidade. O que falar do mesmo passeio em Itápolis? Aquela é minha cidade... Nasci lá, ou melhor, num sítio, num bairro rural que pertence ao distrito Tapinas, que pertence ao município Itápolis. Tá, saí de lá aos 02 anos de idade, não cresci lá, apesar de conhecer bem a cidade. Nem comento sobre um passeio do gênero em Inocência, cidade que entrou pra minha vida não tem nem um ano. Mas também digo que sou de lá. 
Então, no fim de tudo? De onde sou? Qual é minha cidade? Não, não gosto da idéia de “Cidadão do mundo”, quero ter raízes, quero saber de onde sou, quero ter uma cidade pra chamar de “minha terra”. Quero, mas não posso ter.
Tarde demais pra querer. Já passaram pelo menos 03 cidades pela minha vida, pelo menos 03 capítulos de minha vida já foram escritos. Não tenho um lugar pra chamar de meu. Não amo Ibitinga como minha terra, não é a cidade que quero que se orgulhe de mim, amo as pessoas que lá estão e tudo que lá vivi. Mas cidade, amo Itápolis, embora não tenha quase nada ali vivido, poucas pessoas ali que amo, mas é a cidade que gostaria que se orgulhasse de mim. Ponta Grossa? Nunca me senti da terra, sempre fui “uma paulista cursando a universidade. 
É, sou uma planta sem raiz. Um pássaro sem ninho, essa foi a conclusão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tauana, parabéns pelo texto.

Se tu for uma planta, suas raízes estão em Itápolis com certeza. ;)

Itapolitana, tudo de bom e sucesso.